Como ajudar o bebê no desenvolvimento do equilíbrio?

Desenvolver o equilíbrio do bebê é necessário para diversos marcos importantes do desenvolvimento, como andar, correr, sentar e muitas outras atividades que requerem coordenação motora. 

A partir dos três meses, mais ou menos, os pais e demais responsáveis pela criança já podem fazer brincadeiras para ajudar no desenvolvimento do equilíbrio. É o comportamento da criança que vai mostrar seu nível de desenvolvimento e se está preparada para novos desafios.

Estima-se que o bebê começa a tentar ficar em pé por volta dos 8 meses, mas isso depende dos estímulos que ele recebe até essa idade.

Confira no artigo a seguir como o equilíbrio é desenvolvido nos bebês e como estimular seu filho a adquiri-lo. 

A importância do equilíbrio para os bebês

O equilíbrio é essencial para a vida. Recorremos a ele sempre que precisamos manter uma postura ou posição controlada, como levantar, andar de bicicleta, caminhar, pular em um pé, ou até mesmo sentar sem que nosso corpo tombe para o lado. 

O ouvido é o responsável pelo equilíbrio estático e dinâmico. É ele quem avisa o cérebro se o corpo está deitado ou em pé, parado ou em movimento. Sem essa comunicação, seria impossível sentar-se, mergulhar ou simplesmente andar sem cair. 

Para as crianças, o equilíbrio faz parte de descobertas e aprendizado. Isso porque ele garante maior mobilidade e estabilidade corporal, o que significa que as crianças podem começar a fazer atividades que envolvam ficar sentado (como desenhar ou pintar), se aventurar mais nas brincadeiras (sozinhas ou com amigos), e exercitar a independência (como ao vestirem-se sozinhas ou usar talher para comer com mais autonomia).

Sendo assim, desenvolver habilidades motoras durante a infância não diz respeito apenas à capacidade de fazer alguns movimentos. Está relacionado também a possibilidade de vivenciar experiências e compreender o ambiente, o que contribui com a autonomia e a construção da autoestima no futuro.

Continue a leitura para conferir como se dá o desenvolvimento do equilíbrio na vida das crianças.

O equilíbrio a cada etapa da infância

Se tratando do desenvolvimento, não há necessariamente uma regra do que deve acontecer em determinado período de tempo. Cada indivíduo desenvolve suas habilidades de maneira única e exclusiva, e é de suma importância que os pais respeitem o tempo do bebê. 

Ainda assim, é possível estimar o que esperar de acordo com cada etapa. Em geral, com algumas semanas de vida o bebê já demonstra alguns sinais de que sua coordenação motora está se desenvolvendo, por meio do movimento de abrir e fechar as mãos.

Com cerca de 2 meses de vida, o bebê começa a movimentar a cabeça para encontrar quem está falando com ele. Já no quarto mês, ele passa a segurar objetos com a mão e consegue virar de barriga para baixo.

O equilíbrio a cada etapa da infância
O equilíbrio a cada etapa da infância

Em seguida, o desenvolvimento da coordenação motora permite que ele toque os próprios pés e levante os braços para ser pego no colo. É também nessa época que a criança começa  a se sentar sem precisar de apoios. Com a prática e o passar dos meses, a tendência é que essas habilidades se aprimorem cada vez mais. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o ideal é que a criança consiga andar com segurança aos 18 meses, dando pequenas corridas, subindo e descendo degraus baixos e sentando sozinha em cadeiras pequenas. 

Entre 1 e 2 anos de idade, ela já consegue chutar uma bola e realizar outras atividades. A criança geralmente começa a andar de 3 a 4 meses após começar a se levantar sozinha (se apoiando em móveis ou em outra pessoa). A partir dos 3 anos, já há coordenação motora suficiente para pular com os dois pés e pedalar um triciclo. 

Para que tudo isso seja possível, é fundamental que ela receba estímulos e esteja inserida em um ambiente afetivo e acolhedor. Os primeiros passos são um marco importante do desenvolvimento e algo muito esperado por toda a família. Por isso, é normal que gere muita expectativa, mas é importante lembrar que cada criança tem seu próprio ritmo.

Como dá para notar, as habilidades vão se desenvolvendo de forma gradual, de acordo com os estímulos que a criança recebe e com o entendimento de como as coisas funcionam.

Apesar da criança conseguir conquistar alguma autonomia já nos primeiros anos de vida, pesquisas apontam que o equilíbrio não se desenvolve totalmente durante os anos pré-escolares.

Um grupo de pesquisadores do Hospital de Taipé, em Taiwan, estudou o desenvolvimento das habilidades de equilíbrio desde a infância até que um nível maduro de equilíbrio fosse atingido. As descobertas foram publicadas em 2009 no International Journal of Pediatric Otolaryngology, e sugerem que essa capacidade se desenvolve exponencialmente após os 3 anos, e que as crianças só alcançam um nível ideal de equilíbrio aos 12 anos.

Isso explica porque as crianças caem tanto, não é? E também reforça a importância de que os pais e demais familiares e cuidadores da criança ajudem-na a estabelecer bases sólidas para essa habilidade desde os primeiros anos de vida.

Quando a criança desenvolve os primeiros indícios de equilíbrio e passa a andar sozinha e se apoiar nos móveis, é preciso tomar cuidado para evitar acidentes e quedas. Confira algumas orientações sobre isso no tópico a seguir. 

Cuidado redobrado durante os primeiros passos

Se você ainda está em dúvidas se o seu bebê está preparado para se manter de pé por conta própria, observe se ele já tem estabilidade e força nas pernas e no tronco. Se for o caso, vale a pena ficar de olho, pois o pequeno pode surpreender e ficar de pé a qualquer momento. 

Quando a criança começa a adquirir equilíbrio, tende a se apoiar em objetos, móveis e outras pessoas para se segurar e se levantar. Qualquer coisa que esteja ao seu alcance pode se tornar um meio para que o bebê use de apoio para ficar de pé ou para alcançar algo ou alguém. 

Sendo assim, os pais precisam redobrar a atenção e tirar do caminho da criança objetos nos quais ele possa bater enquanto engatinha ou anda, e afastar do seu alcance itens que ofereçam algum perigo. Também é fundamental oferecer apoio e incentivo: as quedas podem acontecer, mas isso não deve ser motivo para que a criança deixe de tentar. 

Fortalecer as pernas do bebê pode ajudar a diminuir as quedas. Para isso, ofereça seus dedos/mãos para que a criança se segure e tenha um apoio para ficar de pé e se sentar. Isso também vai ajudá-la a conquistar cada vez mais confiança. Outra dica é colocar os brinquedos sobre um móvel baixo, sem quinas, para estimular que ela chegue até eles, engatinhando ou andando. 

Como nessa fase a criança tende a pegar o que está ao seu alcance, mesmo sem saber do que se trata, os acidentes domésticos se tornam ocorrências comuns. Com a autonomia e a curiosidade crescente, estão mais aptos a explorar os ambientes, sem ter noção do perigo.

A cozinha é um dos locais que mais oferecem. Para evitar acidentes, é importante tomar algumas atitudes: 

  • Mantenha os cabos das panelas sempre para dentro;
  • Não deixe itens cortantes ou pontiagudos ao alcance do pequeno; 
  • Utilize as bocas de trás do fogão para cozinhar;
  • Objetos pesados (panelas, eletrodomésticos) também devem ficar fora do alcance; 
  • Tire fósforos e isqueiros do alcance da criança;
  • Coloque proteção na porta do forno para evitar que a criança abra e se queime;
  • Não deixe alimentos ou líquidos quentes ao alcance, nem alimentos crus;
  • Evite atender ao telefone ou a campainha quando estiver cozinhando (qualquer segundo de descuido pode acarretar um acidente);
  • Tire produtos de limpeza do alcance; 
  • Feche o registro do gás quando não estiver utilizando.

Você agora já sabe da importância de estimular o equilíbrio e dos riscos que essa fase ofereça. Vamos ao que interessa? Confira a seguir como ajudar seu bebê a desenvolver o equilíbrio e dar os primeiros passos.

Como estimular o bebê a andar?

Ver os pequenos aprendendo a andar é um dos marcos mais emocionantes para os pais e toda a família. No início, pode até bater uma insegurança de ver o bebê ganhando independência e autonomia, mas isso faz parte do processo. 

É preciso incentivar o desenvolvimento da criança e respeitar seu próprio ritmo. Confira a seguir algumas dicas para estimular o bebê a andar. 

1 – Deixe o bebê livre

Se o seu bebê já tem cerca de um ano e ainda não mostra interesse em começar a andar, experimente deixá-lo mais livre. Evite ficar muito tempo com ele no colo, no berço ou cadeirinha.  

Assim, ele terá a oportunidade de socializar com outras pessoas que estiverem no ambiente, escolher os brinquedos com os quais deseja brincar, conhecer novos elementos, texturas, formatos, sensações.

Tudo isso ajuda a estimular a curiosidade do pequeno, que é um dos principais fatores de motivação para que ele queira explorar o mundo com as próprias pernas.

2 – Proporcione condições favoráveis para o equilíbrio

Como já mencionado acima, tudo o que oferecer risco ao bebê deve ser eliminado. Isso inclui também pisos escorregadios, tapetes que não sejam antiderrapantes, pontas dos móveis desprotegidas, tomadas, degraus, e assim por diante.

 Esteja na fase de engatinhar ou aprender a andar, o bebê vai precisar de espaço para percorrer trajetos. Para isso, pode ser necessário retirar móveis e outros itens do caminho. Essas limitações podem causar frustração e desmotivação na criança. Nesse primeiro momento, é importante facilitar! 

Além de proporcionar um ambiente amplo e seguro, também é importante vestir a criança com calçados adequados. Observe se o calçado é totalmente plano, rígido demais ou apertado – tudo isso deve ser evitado, pois servirá para desencorajar a criança a tentar andar. 

Conforto é fundamental. Por isso, prefira calçados fabricados em material flexível, que ofereçam proteção para o tornozelo e ponteira reforçada para proteger os dedos, com a largura adequada, ponta elevada e solado irregular para estimular a musculatura, e altura suficiente para possibilitar a movimentação vertical dos dedos.

3 – Incentive com reforço positivo

Apesar dessa fase de aprendizado gerar insegurança e apreensão nos pais, é importante evitar que seus medos sejam transmitidos para a criança. Isso porque os pequenos são capazes de notar a tensão excessiva em determinados momentos.

Quedas e machucados são inevitáveis. O que faz realmente a diferença é a postura dos pais mediante esses acontecimentos. É preciso adotar uma postura positiva, tranquila e segura, para que a criança não sinta medo de tentar de novo. 

Considerando que o ambiente recebeu as adaptações necessárias e os riscos foram removidos para permitir que a criança comece a andar, tente relaxar e aproveitar esse momento tão especial junto do seu bebê. Convide-o a brincar e elogie cada nova conquista ou toda vez que uma tarefa for bem executada.

4 – Invista em brincadeiras para o desenvolvimento do equilíbrio

Há algumas maneiras de facilitar o processo de aquisição da marcha, caracterizada pelos movimentos repetitivos dos membros inferiores que possibilitam a locomoção.

Uma maneira fácil de incentivar a criança é colocá-la de pé, se apoiando em algum objeto firme e que não ofereça riscos de cair ou virar sobre ela, como uma mesinha de centro. O bebê tende instintivamente a se mover em volta do objeto, utilizando-o como apoio.

Em seguida, coloque um brinquedo que a criança goste em um ponto não muito distante de onde ele está apoiado, como no sofá, por exemplo. O brinquedo vai servir para motivar o bebê a andar até que consiga alcançá-lo.

Pode ser que no início ele prefira engatinhar até o brinquedo, mas, aos poucos, ele se sentirá mais seguro para transferir o apoio da mesa de centro para o sofá, e assim por diante, até não precisar mais do apoio.

Outra brincadeira interessante é incentivar o pequeno a dar pequenos passos segurando a mão dos pais. Isso possibilita que eles treinem o movimento sem cair. Comece segurando as duas mãos do bebê e, quando ele já estiver mais habituado, solte uma das mãos.

Obter equilíbrio e aprender a andar são marcos importantes para o desenvolvimento da criança, pois representam um grande avanço em relação à autonomia. É um processo que exige cuidado e a participação dos pais, e também uma postura tranquila para passar segurança ao bebê. Saber como estimulá-lo é fundamental.

Ficou com alguma dúvida a respeito do desenvolvimento do equilíbrio do bebê? Deixe sua pergunta nos comentários abaixo para podermos ajudá-lo(a).

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