A importância da afetividade na infância: Carinho que transforma

* Karina Lima – Líder de Berçário

“O melhor lugar do mundo, é dentro de um abraço…” já diz a canção do Jota Quest. E com toda razão, não há coisa melhor do que sentir e ouvir um coração. “… pro mais velho ou pro mais novo, pra alguém apaixonado, alguém medroso”, segue a canção sabiamente dizendo sobre o acalento que recebe aquele que sente medo quando envolto em braços acolhedores. A criança que corre para os braços da mãe ao se machucar, porque um beijinho e um abraço “sara” qualquer ferida. A menina grita agarrada ao pescoço do pai com medo e sente o calor que acalma. O jovem se forma na faculdade e corre para o abraço.

Boas notas, passou de ano, ganhou um presente esperado, um coração partido por um amor que se foi ou uma amizade que se perdeu, tudo é comemorado ou amenizado, com um abraço. Não há como discordar sobre o valor que existe em uma demonstração de carinho e seu poder transformador. O psicólogo Henri Wallon, defendia que a vida psíquica é formada por três áreas, motora, afetiva e cognitiva de maneira indissolúvel.

Por exemplo, o bebê que está dando seus primeiros passos, ele é estimulado ou acuado pela atitude carinhosa ou represália do adulto que o acompanha. Uma atitude de estimulo e de torcida, incentiva; ao contrário do que uma atitude de reprova causaria. Portanto não há EFETIVIDADE no aprendizado se houver uma lacuna de AFETIVIDADE.

Carinho que transforma sim! A afetividade é muito mais do que um toque, vai além da mão na mão, ela está no olho no olho, no sentimento, no cuidado, na empatia, no afago nos cabelos, é ser e sentir-se amado, é escolher amar.

A afetividade é um direito básico da criança garantido pela Constituição Federal de 1988, artigo 227, portanto é indispensável que o professor, educador ou cuidador tenha tal ciência para melhor desenvolver o trabalho com as crianças. O adulto muitas vezes precisa passar por um processo de desconstrução, pois muitas vezes foi negligenciado durante a infância e agora precisa aprender para poder ensinar. 

“Os educadores, antes de serem especialista em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: Interprete de sonhos” Rubens Alves – psicanalista e educador

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