O que fazer quando o bebê tem medo de andar?

Os primeiros passos do bebê são um marco importante não apenas para a família, mas também para o desenvolvimento do pequeno. É uma fase inevitavelmente composta por grandes expectativas por parte dos pais.

Acontece que isso pode ser transmitido para a criança, fazendo com que ela se sinta pressionada e insegura na hora de andar. 

Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, e não há uma resposta adequada para o momento correto de dar seus primeiros passos. É o próprio comportamento da criança que demonstra se ela está preparada ou não para novos desafios.

No entanto, quando a criança demonstra um medo excessivo para encarar determinadas experiências, é preciso observar o que pode estar causando isso, e verificar o que pode ser feito para reverter a situação para não atrapalhar seu desenvolvimento. Confira a seguir o que fazer quando o bebê tem medo de andar. 

É normal que a criança tenha medo de andar?

O processo de começar a andar envolve uma série de novos aprendizados para a criança. Isso tudo representa também um grande desafio, já que ela começará a usar seu corpo de maneira diferente da que está acostumada (estando sentada, deitada ou ao engatinhar). Em decorrência disso, é normal que a criança demonstre certa insegurança, mas isso não deve ser reforçado pelos pais. 

Para se deslocar, o bebê precisa assumir uma posição ereta e ter coordenação motora e equilíbrio. São habilidades que ele só vai desenvolver treinando, ou seja, andando mesmo. Por isso, aprender a andar requer alguma coragem por parte da criança, o que deve ser incentivado pelos pais e demais familiares que convivem com ela. 

É normal que a criança tenha medo de andar?
É normal que a criança tenha medo de andar?

As quedas são recorrentes nessa fase. Como o bebê não tem como prevê-las, acabam sendo experiências que podem gerar susto e surpresa.

Mas elas fazem parte do processo de aprender a andar, e são inevitáveis. Os pais precisam tomar cuidado para que algo simples e natural não se torne motivo de medo e insegurança para seus filhos. 

Para evitar que isso aconteça, os pais precisam cuidar para que suas preocupações não interfiram no aprendizado da criança. É preciso deixar a criança livre, sem limitar seus movimentos, por mais que a vontade e o instinto sejam de protegê-la e evitar quedas.

É preciso deixar a criança livre para andar
É preciso deixar a criança livre para andar

Isso é importante porque as crianças podem assimilar o medo dos pais e acabar entendendo que andar é algo muito perigoso. Se os pequenos não receberem doses contínuas de estímulo e confiança dos pais, podem se sentir desmotivadas a aprender a andar.

Confira a seguir o que fazer diante dessas situações.

Como os pais podem lidar com o medo de andar?

Para que as crianças tenham condições de enfrentar esse medo, é preciso contar com a ajuda dos pais. Como o medo está diretamente ligado à sensação de insegurança, é fundamental que os pais tentem acalmar o pequeno e demonstrar que ele está a salvo. 

Outra postura importante é dar abertura ao diálogo. Em vez de ignorar o medo que a criança sente, tente conversar com ela a respeito. Deixe-a à vontade para se expressar, e, com carinho, busque formas de desconstruir esse sentimento.

Como os pais podem lidar com o medo de andar?
Como os pais podem lidar com o medo de andar?

Evite forçar a criança a andar quando ela estiver com muito medo. Pressioná-las a enfrentar a situação sem que ela compreenda o que está sentindo pode intensificar o sentimento. O melhor caminho é cercar o pequeno de incentivos e motivação. Permita que ela fale sobre o que a aflige, mas cuidado para não intensificar o sentimento de medo.

Algumas técnicas podem fazer toda a diferença para que a criança perca o medo de andar, como usar seus brinquedos como incentivo e estimular a sua curiosidade. Confira mais detalhes no tópico a seguir.

Como incentivá-la a andar?

Desde o nascimento, o bebê passa por experiências e estímulos que contribuem com o desenvolvimento da coordenação motora e o fortalecimento da musculatura. Demonstrações como levantar a cabeça, rolar sobre o próprio corpo e engatinhar fazem parte desse processo, e contribuem para que, ao se aproximar do seu primeiro aniversário, as crianças estejam preparadas para começar a andar. 

Como incentivá-la a andar?
Como incentivá-la a andar?

Primeiro, o bebê aprende a ficar de pé, usando móveis ou outras pessoas como apoio. Cerca de três ou quatro meses depois disso, começa a andar. A maneira mais clássica de estimular isso é se posicionar à frente dele e chamá-lo com as mãos, atraindo-o para a sua direção. 

Além dessa, há diversas outras dicas que podem fazer com que o processo de aprender a andar seja mais tranquilo. Confira a seguir algumas formas de evitar que a sua preocupação seja percebida pelo seu bebê. 

Tenha paciência e evite comparações

Antes de qualquer coisa, é importante ter paciência e lembrar que cada criança tem o seu tempo. Não force-a a ficar de pé ou a caminhar se ela não quiser. Evite impor a sua vontade ao seu filho, e, principalmente, não compare-o a outras crianças.

Tenha paciência e evite comparações
Tenha paciência e evite comparações

É justamente porque cada bebê tem seu próprio tempo dentro do que é esperado para o desenvolvimento que faz com que esse processo seja único. Não há uma idade certa para a criança andar, e sim um período: entre 10 e 18 meses

Isso pode significar uma razoável diferença de tempo entre uma criança e outra, gerando ansiedade para os pais. Mas se um bebê leva um pouquinho mais de tempo para começar a andar, isso não necessariamente indica um atraso neurológico ou neuromotor, ou nem mesmo que ele foi pouco estimulado em seu ambiente. É apenas o tempo de cada criança. 

Por isso, evitar comparações e imposições é o melhor caminho para evitar frustrações – para os pais e, principalmente, para a criança.

Não dê broncas

Como dito antes, para começar a andar o bebê precisa se arriscar e aprender novas formas de utilizar o próprio corpo. Isso requer confiança, e, nesse sentido, a atenção dos pais é decisiva.

Não dê broncas ao perceber que ele está tentando andar
Não dê broncas ao perceber que ele está tentando andar

Quando a criança tropeçar, derrubar algo ou trombar em algum móvel, alerte-a carinhosamente. Manifestações impacientes (como broncas) podem deixar a criança retraída, e até mesmo levar ao atraso do seu desenvolvimento motor

As quedas fazem parte do processo. É importante ficar atento, mas não dá para evitá-las a todo custo, pois são também necessárias para a construção da noção da criança sobre o próprio corpo.

Encare as quedas com naturalidade, e ofereça acolhimento ao pequeno quando elas ocorrerem. É caindo que ela vai aprender a se equilibrar e a adquirir tolerância, persistência e confiança em seu desempenho.

Incentive a curiosidade

As competências e habilidades aprendidas ao brincar são muito úteis para que o seu filho comece a dar os primeiros passos. Além disso, as brincadeiras servem também como um incentivo. 

Incentive a curiosidade
Incentive a curiosidade

Sendo assim, estimule-o a se movimentar, a rolar no chão, a se interessar por pessoas, objetos, cores e sons do ambiente. Tudo isso servirá como estímulo para que ele deseje explorar o que está à sua volta.

Permita que a criança experimente o chão, faça seus próprios trajetos e descubra novas texturas com os pés e as mãos. Fique sempre por perto, pois ela pode cair, se assustar ou precisar de ajuda.

Ande junto ou chame-a até você

Andar junto de alguém que ela ama pode ser uma atividade prazerosa para a criança, além de servir como um incentivo. Estimule-a a andar junto com você, primeiro segurando as duas mãos, depois soltando uma delas, e assim por diante. Permita que essa seja uma descoberta divertida e gratificante para ela. 

Como mencionado antes, uma ideia clássica e que dá muito certo é ficar a uma pequena distância da criança e chamá-la até onde você está. À medida que ela vai adquirindo confiança, aumente a distância.

Você também pode ensiná-la a utilizar os móveis ao seu redor para se levantar e se apoiar durante o trajeto. Use os brinquedos que seu filho mais gosta e deixe-os afastados para que ele tente pegá-los. 

Evite usar andador para ajudá-lo a andar

Apesar de ser um meio para dar autonomia e facilitar o deslocamento da criança, o andador não é considerado uma opção segura. Crianças pequenas não têm maturidade para administrar a liberdade que esse acessório proporciona, o que faz com que ele seja responsável por muitos acidentes, que podem ser até mesmo fatais. 

Evite usar andador para ajudá-lo a andar
Evite usar andador para ajudá-lo a andar

Além disso, o andador também pode atrasar o desenvolvimento psicomotor dos pequenos, pois, ao utilizá-lo, a criança deixa de fortalecer os músculos e tendões de suas pernas que são essenciais para que ela dê os primeiros passos sozinha.

O equipamento é contraindicado por pediatras e especialistas em segurança infantil de todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria, em conjunto com outras organizações, trabalha ativamente para banir o uso do andador infantil no país. Países como o Canadá já proibiram a comercialização desses dispositivos.

Deixe descalço, ou vista calçados adequados

Em um primeiro momento, é interessante deixar seu filho descalço quando ele estiver aprendendo a dar os primeiros passos. Ao sentir o chão, a criança se sentirá mais segura e isso também dará mais aderência aos seus passos. 

Além disso, ao estar descalço ela consegue captar o máximo de informações sensoriais, tanto do ambiente quanto a respeito do seu próprio corpo. Assim, consegue planejar respostas adequadas e ativar os músculos necessários para cada movimento.

Deixe descalço, ou vista calçados adequados
Deixe descalço, ou vista calçados adequados

Meias antiderrapantes podem ser boas opções, mas vista seu filho com elas apenas nos dias frios, e depois que ele já estiver habituado a andar descalço.

Em relação aos calçados, dê preferência para aqueles que são mais molinhos (e por isso permitem movimentos), confortáveis e com solas mais finas, de borracha. Esses modelos possibilitam sentir melhor o chão, sem escorregar. Evite modelos rígidos, e certifique-se de sempre escolher o tamanho certo. 

Explore estímulos diferentes para incentivá-lo a andar

Que tal explorar esse momento de curiosidade da criança para possibilitar que ela explore estímulos variados? Depois que ela já tiver conquistado alguma confiança para andar em casa, leve-a para passear em um parque ou em uma praça perto de casa. 

Explore estímulos diferentes para incentivá-lo a andar
Explore estímulos diferentes para incentivá-lo a andar

A riqueza de estímulos externos em contato direto com a natureza pode servir como uma motivação a mais para fazê-lo andar e sentir as texturas (como da grama, das folhas e dos troncos das árvores).

Cuidado com quinas, móveis e outros elementos do ambiente

Nessa fase, os pequenos aprendem a explorar o ambiente, e por isso ficam mais vulneráveis a diversos riscos. 

É preciso redobrar a atenção para identificar e eliminar todos os elementos que possam representar um perigo para a criança: quinas de móveis, escadas, objetos pequenos e pontiagudos, móveis mais leves que podem virar sobre a criança se ela se apoiar neles, uma toalha de mesa que ela pode puxar, cabos de panelas, e assim por diante.

Cuidado com quinas, móveis e outros elementos do ambiente
Cuidado com quinas, móveis e outros elementos do ambiente

 Tomar providências acerca desses itens vai reduzir as chances de que a criança se envolva em acidentes domésticos e fará com que os pais fiquem mais tranquilos durante todo o processo. É importante que todos os envolvidos possam aproveitar essa fase para que seja, de fato, um momento gratificante de aprendizado. 

Além disso, também vale a pena tomar outros cuidados. Evite deixar a criança andar em chão muito áspero ou em ambientes com tomadas expostas. Esteja sempre por perto e atento, pois isso dará maior segurança para ela. Além disso, se ela cair, trombar em algum móvel ou se assustar, é importante que você possa acolhê-la, se necessário.

Lidar com novos desafios pode ser intimidador, mas se a criança receber os estímulos necessários, estará apta a enfrentá-los com coragem e resiliência. 

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