Introdução alimentar em bebês é o termo utilizado para se referir à fase em que o bebê deixa de se alimentar exclusivamente de leite materno (ou fórmula infantil) e começa a comer outros alimentos, como frutas, cereais, tubérculos, vegetais e proteínas.
Esse período é fundamental para o desenvolvimento do paladar do bebê e para garantir um hábito alimentar diversificado por toda a vida.
Confira no artigo a seguir qual a idade adequada para começar a oferecer alimentos para a criança, quais são os métodos de introdução alimentar e dicas para que essa adaptação aconteça de maneira tranquila. Boa leitura!
Quando iniciar a introdução alimentar do bebê?
Segundo a recomendação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria em conformidade com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a introdução alimentar deve ser iniciada no sexto mês de vida.
Até essa idade, o aleitamento materno deve ser a única fonte de alimento. Nem mesmo água é preciso oferecer, já que o leite da mãe supre também as necessidades de hidratação do bebê.
Quando a criança completa seis meses, os pais já podem começar a introduzir outros alimentos em sua dieta, alternando as refeições com o aleitamento, que deve permanecer até os 2 anos de idade.
Se a mãe precisar interromper a amamentação por algum motivo, é possível recorrer às fórmulas infantis, mas essa mudança precisa ser feita conforme a orientação e acompanhamento do pediatra.
Não é recomendado iniciar a introdução alimentar antes dos 6 meses, pois até então o leite materno oferece tudo o que o bebê precisa, e isso pode aumentar os riscos de infecções intestinais, alergias ou intolerâncias alimentares.
A partir dessa idade, há maior necessidade de nutrientes, o que explica porque essa é considerada a idade adequada para começar a oferecer outros alimentos para a criança.
É também nessa época que os pequenos passam a ter o reflexo de engolir mais desenvolvido, e o estômago pronto para receber diferentes alimentos.
Os alimentos devem ser introduzidos lenta e gradualmente. Alguns bebês podem estranhar no início e mostrar alguma resistência em relação a determinados alimentos, mas isso é absolutamente normal, já que se trata de uma experiência nova para eles.
Se ele recusar, não insista. Deixe para oferecer novamente em uma outra ocasião. Segundo o Ministério da Saúde, é necessário oferecer um alimento de oito a dez vezes, em média, até que a criança o aceite.
Quais os métodos de introdução alimentar em bebês?
A papinha é, sem dúvidas, o método mais tradicional e utilizado. Consiste, basicamente, em oferecer os alimentos amassados (preferencialmente no garfo, em vez de no liquidificador), com uma textura pastosa.
Quem prefere esse método tem a vantagem de poder misturar diferentes tipos de alimentos, mas assim a criança come sem saber ao certo o que e está comendo, sem diferenciar texturas, aromas e sabores.
Além da papinha, outros métodos de introdução alimentar têm ganhado popularidade nos últimos anos. Como o BLW, que conquista cada vez mais adeptos.
É uma técnica britânica, e sua sigla remete ao conceito Baby-Led Weaning, ou desmame guiado pelo bebê, em tradução para o português.
Consiste em oferecer alimentos em pedaços ao bebê – assim, ele mesmo se alimenta, de acordo com sua curiosidade, apetite e interesse pelas opções que tem ao seu dispor.
Outra opção de introdução alimentar é o método do pê-efinho. Como o próprio nome já sugere, trata-se de oferecer à criança uma versão reduzida da refeição consumida pelos adultos.
Os mesmos alimentos consumidos pela família são amassados ou picados em pequenos pedaços, montados em um pratinho e oferecidos ao bebê.
Assim como o BLW, essa técnica possibilita que ele sinta a textura e o sabor dos diferentes alimentos, e se familiarize com eles.
Para fazer a melhor escolha para seu filho, é preciso considerar os hábitos e a rotina de toda a família. Afinal, de nada adianta eleger um método que seja de difícil aplicação no seu dia a dia.
Confira a seguir o que oferecer durante a introdução alimentar em bebês.
O que oferecer?
Pediatras orientam oferecer ao bebê uma alimentação variada e rica em nutrientes macro (proteínas, carboidratos e gorduras) e micro (ferro, zinco e vitaminas).
Sendo assim, é preciso reunir representantes dos quatro grupos alimentares principais: hortaliças e frutas, carnes e ovos, cereais e tubérculos e grãos.
Tendo essas recomendações como base, a alimentação do pequeno fornecerá energia, proteínas, sais minerais e as vitaminas necessárias para um crescimento e desenvolvimento adequados.
Como dito anteriormente, é recomendado evitar o uso de liquidificador para bater os alimentos, pois assim a comida fica muito fina e mistura os grupos alimentares, dificultando a identificação da criança e o desenvolvimento dos movimentos de mastigar.
Disponha os itens separados no prato e ofereça um de cada vez. No início, podem ser amassados com garfo, e depois em tamanhos gradualmente maiores.
Até o oitavo mês, é preciso introduzir alimentos como ovos, peixes e glúten, para criar tolerância e evitar possíveis alergias.
Até os 2 anos de idade, é importante evitar alguns itens, como frituras, enlatados, refrigerantes, salsicha, salgadinhos, balas, café e açúcar.
O sal deve ser usado com muita moderação – dê preferência a temperos como salsinha e cebolinha, e ainda assim, sem exageros.
Quando precisar usar óleo, prefira os vegetais (como óleo de canola, soja ou milho), sempre em pequena quantidade. Priorize alimentos frescos e evite os congelados e processados.
Continue a leitura para conferir algumas dicas para tornar a introdução alimentar em bebês mais fácil.
Dicas para facilitar a introdução alimentar em bebês
Para iniciar a oferta de novos alimentos para o bebê, é importante preparar um ambiente tranquilo e sem distrações, como televisão, celular ou tablet.
Reunir a família toda em volta da mesa é uma maneira de incentivar a criança a aceitar os novos alimentos ao ter os demais familiares como exemplo.
Olhe e interaja com a criança durante toda a refeição, e esteja sempre presente. O bebê não pode ficar sozinho pois há o risco de engasgar com os alimentos. Ofereça os alimentos separadamente, devagar e com paciência.
Fique atento aos sinais de fome, assim como quando a criança demonstra que está satisfeita (virando o rosto ou se recusando a abrir a boca). No início, ela vai comer poucas quantidades mesmo, mas é importante não forçar.
Deixe que ela coma a quantidade que desejar. Respeitar a individualidade e o tempo do seu bebê são posturas fundamentais para incentivar hábitos alimentares saudáveis.
Aos poucos, apresente os talheres adequados para o bebê segurar. Assim, ele já começa a se familiarizar com utensílios que utilizará mais adiante e tem a oportunidade de desenvolver a coordenação motora.
Junto com a oferta de alimentos sólidos, é importante também dar água ao bebê. O líquido deve ser filtrado ou fervido, e oferecido em copo ou xícara de plástico ao longo do dia.
Consulte o pediatra a respeito da quantidade recomendada de água que deve ser oferecida por dia, conforme a idade da criança.
Em relação aos sucos de frutas, é importante esperar até que a criança complete o primeiro ano de vida para oferecer. Prefira dar a fruta amassada, assim é mais saudável, menos calórico e não requer açúcar.
E caso tenha dúvidas ou dificuldades específicas durante essa fase, ou mediante algum quadro médico, faça um acompanhamento com um nutricionista materno-infantil.
Esse profissional possui conhecimento técnico e científico para orientar mães e crianças a respeito de uma alimentação saudável.
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